A Guiné-Bissau é a segunda área mais importante da África Ocidental para aves aquáticas migratórias
A Guiné-Bissau é um destino chave para os amantes do turismo ornitológico, especialmente no que diz respeito às aves migratórias limícolas e aquáticas, que escolhem o litoral do país como local de passagem em sua rota para a África do Sul ou como destino final para passar o inverno.
De acordo com o guia de ornitologia Miguel Lecoq, a Guiné-Bissau possui cerca de 600 espécies de aves, das quais 34 foram catalogadas como de interesse para a conservação mundial e 16 como quase ameaçadas, incluindo o Terathopius ecaudatus, o Circaetus beaudouini, o Trigonoceps occipitalis, a Aquila rapax, o Ceratogymna elata e o Psittacus timneh, entre outros.
Além disso, a riqueza ornitológica da Guiné-Bissau continua crescendo, e nos últimos 10 anos foram encontradas 60 novas espécies de aves no país. A maioria delas pertence ao ecossistema das Florestas da Guiné-Congo, mais comuns nas florestas da Alta Guiné, que estão localizadas mais ao sul.
Tudo isso faz da Guiné-Bissau a segunda área mais importante da África Ocidental para aves aquáticas migratórias, depois do Banc d’Arguin, na Mauritânia.
Onde fazer turismo ornitológico na Guiné-Bissau?
Os especialistas em turismo ornitológico recomendam visitar duas áreas específicas na Guiné-Bissau. Por um lado, o arquipélago dos Bijagós, mais especificamente os Parques Nacionais de Orango e João Vieira-Poilão.
Isso ocorre porque, dos milhões de aves limícolas da região paleártica (Europa, norte da Ásia e África) que migram para a Guiné-Bissau, três quartos delas vão para as áreas húmidas costeiras do arquipélago dos Bijagós, declarado Reserva da Biosfera pela UNESCO.
A outra área recomendada está localizada na parte continental, nas regiões de Boé, Quínara e Tombali, onde existem várias áreas protegidas, como o Parque Natural das Lagoas de Cufada (onde se encontra a maior lagoa de água doce do país) e os Parques Nacionais de Cantanhez, Boé e Dulombi (que possuem abundantes florestas tropicais).
Quais aves se podem observar ao praticar turismo ornitológico na Guiné-Bissau
Segundo Sergio Rejado, licenciado em Biologia e especialista em África, algumas das aves migratórias limícolas que costumam frequentar o arquipélago dos Bijagós são o borrelho-cinzento, o borrelho-grande, o maçarico-galego, o maçarico-das areias, o narceja-comum, o pernilongo-de-coleira e o maçarico-tamboril.
Também é possível encontrar gaivotas que hibernam na região, como a gaivota-de-asa-escura, o gaivotão, a gaivota-prateada, o guincho, o guincho-real, o moleiro-real e a gaivota-de-bico-vermelho. Além disso, há abutre-palmípede, águia-pesqueira, águia-pescadora-africana e diversas espécies de martim-pescador, incluindo o martim-pescador-alçapão, o martim-pescador-gigante e outros.
Por último, destacam-se a colhereira-africana, o pelicano-rosado, o corvo-marinho-africano, a gaivota-de-cabeça-cinza, a gaivota-de-bico-fino e uma grande variedade de garças, garças-brancas-pequenas e íbis.
Como soa Orango?
Além de ver, há quem prefira ouvir o som das aves e como elas moldam a paisagem sonora de destinos tão fascinantes como a ilha de Orango. É o caso do escritor e especialista em gravação de sons da natureza, Carlos de Hita, que é um dos grandes conhecedores do arquipélago dos Bijagós.
Em seu livro “Sonidos del Mundo”, Carlos de Hita descreve a ilha de Orango como uma “maquete em escala dos cenários africanos”. Ele destaca especialmente a presença dos manguezais que cobrem grande parte da ilha e que ele valoriza como “a barreira mais eficaz contra a erosão costeira”, descrevendo a passagem por eles como “um silêncio verde, com as ondas caladas, uma atmosfera opressiva e um cheiro a pântano e decomposição”.
Um relato sonoro e multicolorido que percorre outros ambientes, como savanas, lagunas, selvas, florestas e imensas praias de areia branca, nos quais três aves dominam grande parte do universo sensorial da ilha: os cucos, as rolas e os tecelões.
Mas além do seu eco, existem muitas outras espécies, como narcejas-negras, pernilongos-de-asa-curta, borrelhos, maçaricos, gaivotas, colhereiras e garças, entre muitas outras, competindo em gritos e assobios com grilos, mochos e alcaravões, sob o olhar atento e silencioso dos crocodilos.
Ao chegar a noite, a luz das estrelas e o som do mar assumem o controle, amenizando o barulho e oferecendo uma breve trégua ao visitante para que ele tenha tempo de internalizar a magnitude de tudo o que viu e ouviu neste canto do mundo onde o material está sempre associado ao espiritual.
Assim é o circuito de turismo ornitológico do Orango Parque Hotel
Se você é amante do turismo ornitológico e tem interesse em observar algumas das aves migratórias que passam pela Guiné Bissau, participe dos circuitos de turismo ornitológico organizados pelo Orango Parque Hotel. Você poderá desfrutar de visitas a alguns dos locais do continente, e posteriormente mergulhar no ambiente espetacular dos Bijagós, onde espécies tão singulares como o papagaio de Timneh podem ser encontradas, um arquipélago com 88 ilhas cuja riqueza natural e biodiversidade são absolutamente únicas e inesquecíveis.